A eleição de José Carlos Susin, o Zezé, para a presidência do clube, em dezembro, tem criado uma expectativa positiva em torno do Inter que não se via desde os tempos das boas campanhas coloradas na primeira divisão. Isso é o que mudou na vida do Inter desde a eleição. O que não mudou é a presença da Rádio Clube no cotidiano colorado. Criada em 1947, dois anos antes do nascimento do Inter de Lages, inicialmente a Clube não fazia transmissões de partidas ao vivo. Isso não significa que ela tenha ficado alheia aos primeiros anos da trajetória rubra: os boletins do programa A Voz da Cidade, transmitidos por alto-falantes na Praça João Costa, no centro de Lages, informavam as últimas dos clubes lageanos. Assim, as trajetórias da Clube e do Internacional se entrelaçam há mais de seis décadas. A primeira transmissão ao vivo de uma partida de futebol por uma rádio lageana foi um feito da Clube. Em 6 de novembro de 1955, Adão Filho narrou os gols do empate por dois a dois entre o Aliados (o principal time do futebol lageano entre as décadas de 40 e 50) e o Vasco, como relata Mauricio Neves de Jesus em “Aquelas Camisas Vermelhas”, livro sobre a história do Inter, lançado em 2012. Outra estreia da Clube teve o Internacional como foco de cobertura. Em 5 de setembro de 1959 foi feita a primeira transmissão ao vivo de uma rádio lageana de uma partida realizada na capital do estado. O Paula Ramos, então campeão catarinense, derrotou o Inter por quatro a zero em um jogo amistoso. Camargo Filho, Aldo Pires de Godói, Mário Motta, Rubens D’Ávila, Evaldir Nascimento e outros nomes gigantes do rádio catarinense foram protagonistas dessa trajetória de mais de seis décadas. Em 2013, a Clube terá a concorrência das rádios Princesa e Guri – que já anunciaram a retomada das transmissões – e, provavelmente, também da Band FM. De todas elas, a Clube é a que tem mais histórias coloradas no currículo.