As torcidas Fúria Jovem e Inferno Vermelho estarão lado a lado neste domingo. Cada uma com seu uniforme de identificação, seus instrumentos, seus cantos, mas ambas cientes de que, na partida mais importante do Inter em mais de uma década, todo esforço é válido para empurrar o time para a vitória.
Ao contrário do que ocorre em outros clubes do país que têm mais de uma torcida uniformizada, Inferno Vermelho e Fúria Jovem não têm rivalidade entre si. Nos últimos dois jogos do Inter em Blumenau, por exemplo, as duas já ficaram lado a lado no Estádio do Sesi, cantando juntas. Essa iniciativa foi uma prévia do que deve se repetir, e com mais força, na final deste domingo.
O técnico Nasareno Silva foi um dos primeiros entusiastas da ideia de as duas torcidas ficarem lado a lado nos jogos decisivos. "Quando os jogadores veem aquele povo todo junto, não tem o que os separe em campo. Isso faz uma diferença enorme para o atleta", disse.
Embora planejem ficar lado a lado na arquibancada para o jogo final, as duas seguem com ideias independentes - e complementares, o que enriquece ainda mais o cenário da final. A Fúria Jovem editou um vídeo para divulgar nas redes sociais em que usou imagens do time em campo e também da torcida nas viagens da terceira divisão. A trilha sonora da peça é a música "Até o Fim", da banda Engenheiros do Hawaii. A canção tem os sugestivos versos "Eu não vim até aqui / pra desistir agora..."
A Inferno Vermelho editou uma série de vídeos, alguns deles gravados espontaneamente pelos componentes da torcida. Em outro dos vídeos, as imagens são sobrepostas à música "Bonde da Inferno", peça com uma empolgante batida funk.
É nessas horas que se vê de onde Iran Yared - ex-médico e diretor do clube, morto em 2010 - tirou inspiração para uma frase lapidar: "O Inter de Lages é o maior time do mundo. Se o mundo não nos conhece, azar do mundo".