Erlon fez neste domingo, no jogo festivo contra o combinado de atletas dos Jogos Comunitários de Lages (Jocol), seu último jogo como profissional pelo Colorado Lageano. Aos 39 anos, o zagueiro, carinhosamente chamado pela torcida de Xerifão - e que no jogo derradeiro atuou com a camisa 9, como atacante -, pôde ter uma despedida digna de sua categoria: com título.
Natural de Campinas, em São Paulo, Erlon mudou-se para Lages em 2006 para defender o Internacional. O zagueiro chegou à cidade tendo no currículo quatro anos no futebol alemão e o título sul-americano com a seleção brasileira sub-20, conquistado em 1993 ao lado de ídolos do futebol brasileiro como Sávio, Vampeta e o goleiro Marcos.
Em 2008, aos 34 anos, Erlon decidiu encerrar a carreira. Ele fixou residência em Lages e passou a jogar apenas em torneios amadores - mas, em 2013, após uma oferta da direção colorada, vislumbrou a chance de se despedir dos gramados de maneira à altura de seu futebol.
Erlon entrou em forma e, contrariando pessimistas, detratores e críticos, foi titular durante boa parte da campanha do título colorado na divisão de acesso. Ele fez ainda um dos gols mais marcantes do clube na temporada: na quarta rodada, no empate por 1 a 1 contra o Jaraguá, na primeira partida do Inter em casa no campeonato, evitou a derrota ao empurrar para as redes a bola cruzada por Luciano Amaral - e fez isso aos 48 minutos do segundo tempo. Emocionado, Erlon correu em direção à arquibancada para comemorar e se desmanchou em lágrimas.
O retorno de Erlon, sua perseverança, sua tenacidade e sua vontade de dar um fim mais digno à carreira como atleta profissional acabaram por se transformar também em símbolo do Inter em 2013: por mais que digam que estamos mortos, nós seguimos vivos. E calando os detratores.