CRAQUES DE HOJE: MICA, PEDRO VERDUM, ERLON E TÁCIO
Os quatro não chegaram a defender a seleção brasileira adulta, mas não é apenas essa coincidência que os une. Todos fizeram (ou, em um dos casos, ainda faz) carreira longa no futebol, rodaram o país e o mundo - e têm também a uni-los o fato de terem defendido o Internacional de Lages.
MICA (Dalmir Vargas Estigarribia) desembarcou no Colorado Lageano em 1980. Formado nas categorias de base do Internacional de Porto Alegre, o atacante chegou por empréstimo, em um acerto que fazia parte da venda do atacante Jones ao Inter porto-alegrense.
Em sua bagagem, Mica trazia a experiência de ter defendido a seleção brasileira no pré-olímpico, disputado na Colômbia meses antes de sua chegada a Lages. O atacante disputou dez partidas pela seleção olímpica. A seu lado estavam nomes que se consagrariam no futebol, entre eles Mauro Galvão e o então volante Cristóvão Borges, atual técnico do Fluminense.
Um ano depois de passar pelo Inter de Lages, Mica foi um dos artilheiros do Campeonato Maranhense, com 13 gols, defendendo o Sampaio Corrêa. Ele jogou ainda por Criciúma e Figueirense, entre outras equipes.
PEDRO VERDUM (Pedro Fernando Verdum de Oliveira) foi uma das grandes promessas do Internacional de Porto Alegre no início da década de 80. Com apenas 17 anos, era o mais jovem titular da seleção sub-20 que foi vice-campeã do sul-americano da categoria em 1981, disputado no Equador. O vice-campeonato deu ao Brasil uma das vagas do mundial sub-20, disputado na Austrália - e, mais uma vez, lá estava Pedro Verdum para defender a seleção.
Ele acabou não se firmando na equipe principal do colorado gaúcho, mas fez longa carreira no futebol. Defendeu, entre outros, Juventude, Atlético-GO, Novo Hamburgo, Chapecoense e Filambanco (Equador). No Inter de Lages, Pedro Verdum foi uma sombra para o centroavante Jones na temporada de 1992. E não foi apenas coadjuvante: a certa altura do campeonato, no qual o Colorado Lageano fez boa campanha, Verdum chegou a assumir a posição de titular.
ERLON (Erlon Joe dos Santos) chegou a Lages em 2006 depois de ter rodado o mundo atrás da bola. Jogou quatro anos na Alemanha tendo no currículo sua passagem, desde as categorias de base, pelo América Mineiro, clube que o levou à seleção brasileira sub-20 em 1992. Erlon fazia parte do grupo que se preparou na Granja Comary para a disputa do sul-americano da categoria naquele ano.
Assim como outras grandes revelações do futebol brasileiro (entre as quais o goleiro Marcos, futuro campeão mundial com a seleção brasileira, e o volante Paulo Miranda, destaque do Vasco anos depois), Erlon participou de toda a fase de praparação para o torneio e participou de alguns amistosos nesse período. Mas o funil era estreito, e Erlon, Marcos, Paulo Miranda e outros acabaram fora do elenco que seguiu para a competição, disputada na Colômbia.
Em Lages, Erlon ganhou a torcida colorada com uma sequência de gols pelo Inter na disputa da segunda divisão de 2006. O zagueiro voltou ao Inter em 2008, ano em que decidiu encerrar a carreira. Mas o ponto alto de sua história no Inter acabou ficando para o fim: em 2013, aos 39 anos, Erlon, aposentado desde 2008, aceitou o convite para compor o grupo que disputaria a divisão de acesso. O zagueiro entrou em forma, foi titular durante boa parte do campeonato - e capitão em alguns jogos - e acabou campeão da divisão de acesso pelo clube. Erlon encerrou a carreira erguendo um troféu diante de um Vidal Ramos Júnior lotado.
TÁCIO (Tácio Caetano Cruz Queiroz) foi revelado nas categorias de base do Vitória. As boas atuações pelo rubro-negro baiano levaram o volante à seleção brasileira sub-17, pela qual ele foi campeão sul-americano da categoria, em 1997. No time campeão estavam nomes como o goleiro Fábio (hoje no Cruzeiro) e Ronaldinho Gaúcho, que atualmente defende o Atlético Mineiro.
Ao chegar ao Inter de Lages, em 2013, Tácio assumiu o posto de capitão da equipe. Uma fratura no pé em uma disputa de bola acabou acabou por afastar o volante dos gramados durante boa parte da competição, o que não reduziu seu papel de líder da equipe: Tácio continuou a frequentar treinos e preleções mesmo com o pé imobilizado. Na final da divisão de acesso, foi Tácio, de muletas, quem ergueu o troféu da conquista.
SÉRIE "O INTER DE LAGES E A SELEÇÃO BRASILEIRA"
Capítulo 1 - Esnel, do Inter de Lages para o mundo
Capítulo 2 - Áureo, um lageano capitão do Brasil
Capítulo 3 - Andrade, craque canarinho e colorado
Capítulo 4 - Adílio, o colorado fugaz
Capítulo 5 - Vitor, a estrela no ano do quase
Capítulo 6 - Mica, Pedro Verdum, Erlon e Tácio: de promessas a realidade