CRAQUE DE HOJE: VITOR
O título estadual não veio em 1991, mas, ao brigar diretamente por ele logo depois de sair da segunda divisão, o Internacional de Lages sentia-se mais uma vez confortável na posição que sempre lhe coube: a de equipe respeitada e temida no futebol catarinense. A boa campanha de 1991, capitaneada pelo craque Andrade, sedimentou no clube a ideia de que fazia bem ao elenco ter um jogador não apenas de renome, mas também em plena forma.
Em 1992, Vitor seria a estrela da companhia. O volante Vitor Luís Pereira da Silva chegou ao Inter de Lages com um currículo e tanto. Na primeira metade da década anterior, ele fez parte da melhor equipe da história do Flamengo, que conquistou três Brasileiros, a Libertadores da América e o Mundial Interclubes. Depois, em 1984, ele defendeu o Atlético Mineiro.
Na sequência, Vitor defendeu Vasco, Botafogo e Fluminense, o que fez dele um dos poucos privilegiados a terem vestido a camisa dos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro. Pelo Botafogo, Vitor conquistou o estadual do Rio de 1989. O título histórico encerrou o jejum de conquistas do Botafogo, que perdurou por 21 anos.
Com Vitor, o Inter chegou à decisão da Copa Santa Catarina, competição que reunia todos os integrantes da primeira divisão do estadual. A decisão foi contra o Araranguá, vencedor da competição no ano anterior. Em um dos maiores públicos da história do Estádio Vidal Ramos Júnior, no dia 28 de junho de 1992, o Inter, que tinha a vantagem do empate, perdeu o jogo por 1 a 0.
O Araranguá, mais uma vez campeão, perdeu o título nos tribunais, dias depois, por ter escalado um jogador de maneira irregular. Uma nova decisão da competição ocorreu em novembro, contra o Brusque, mas o Inter, desgostoso com a derrota de meses antes, não ofereceu grande resistência ao adversário. O Brusque ficou com o título.
Mesmo sem o título, o Inter fez mais uma grande temporada, que incluiu não só a chegada à final da Copa Santa Catarina, mas também à fase decisiva do Campeonato Catarinense. No clube, Vitor, então com 32 anos, estava em plena forma.
Pela seleção brasileira, o craque exibiu sua categoria superior tanto na seleção principal quanto na olímpica. Na principal, foram três jogos, disputados entre 1981 e 1982 - e três vitórias. Pela seleção olímpica, Vitor jogou 19 partidas e somou 11 vitórias, quatro empates e quatro derrotas. O grande volante, que tinha categoria de um exímio camisa 10, foi campeão pan-americano em 1979 e do torneio pré-olímpico de 1984.
SÉRIE "O INTER DE LAGES E A SELEÇÃO BRASILEIRA"
Capítulo 1 - Esnel, do Inter de Lages para o mundo
Capítulo 2 - Áureo, um lageano capitão do Brasil
Capítulo 3 - Andrade, craque canarinho e colorado
Capítulo 4 - Adílio, o colorado fugaz
Capítulo 5 - Vitor, a estrela no ano do quase
Capítulo 6 - Mica, Pedro Verdum, Erlon e Tácio: de promessas a realidade